domingo, 29 de novembro de 2009

Entendendo sobre a coroa do Advento


Esquema do Tempo do Advento


Começa com as vésperas do domingo mais próximo ao 30 de novembro e termina antes das vésperas do Natal. Os domingos deste tempo se chamam 1º, 2º, 3º, e 4º do Advento. Os dias 16 a 24 de dezembro (Novena de Natal) tendem a preparar mais especificamente as festas do Natal.O tempo do Advento tem uma duração de quatro semanas. Este ano, começa no domingo 30 de novembro, e se prolonga até a tarde do dia 24 de dezembro, em que começa propriamente o Tempo de Natal. Podemos distinguir dois períodos. No primeiro deles, que se estende desde o primeiro domingo do Advento até o dia 16 de dezembro, aparece com maior relevo o aspecto escatológico e nos é orientado à espera da vinda gloriosa de Cristo. As leituras da Missa convidam a viver a esperança na vinda do Senhor em todos os seus aspectos: sua vinda ao fim dos tempos, sua vinda agora, cada dia, e sua vinda há dois mil anos.
No segundo período, que abarca desde 17 até 24 de dezembro, inclusive, se orienta mais diretamente à preparação do Natal. Somos convidados a viver com mais alegria, porque estamos próximos do cumprimento do que Deus prometera. Os evangelhos destes dias nos preparam diretamente para o nascimento de Jesus. Com a intenção de fazer sensível esta dupla preparação de espera, a liturgia suprime durante o Advento uma série de elementos festivos. Desta forma, na Missa já não rezamos o Glória. Se reduz a música com instrumentos, os enfeites festivos, as vestes são de cor roxa, o decorado da Igreja é mais sóbrio, etc. Todas estas coisas são uma maneira de expressar tangivelmente que, enquanto dura nosso peregrinar, nos falta alo para que nosso gozo seja completo. E quem espera, é porque lhe falta algo. Quando o Senhor se fizer presente no meio do seu povo, haverá chegado a Igreja à sua festa completa, significada pela Solenidade do Natal.Temos quatro semanas nas quais de domingo a domingo vamos nos preparando para a vinda do Senhor. A primeira das semanas do Advento está centralizada na vinda do Senhor ao final dos tempos. A liturgia nos convida a estar em vela, mantendo uma especial atitude de conversão. A segunda semana nos convida, por meio do Batista a “preparar os caminhos do Senhor”; isso é, a manter uma atitude de permanente conversão. Jesus segue chamando-nos, pois a conversão é um caminho que se percorre durante toda a vida. A terceira semana preanuncia já a alegria messiânica, pois já está cada vez mais próximo o dia da vinda do Senhor. Finalmente, a quarta semana nos fala do advento do Filho de Deus ao mundo. Maria é figura central, e sua espera é modelo e estímulo da nossa espera.
Quanto às leituras das Missas dominicais, as primeiras leituras são tomadas de Isaías e dos demais profetas que anunciam a Reconciliação de Deus e, a vinda do Messías. Nos três primeiros domingos se recolhem as grandes esperanças de Israel e no quarto, as promessas mais diretas do nascimento de Deus. Os salmos responsoriais cantam a salvação de Deus que vem; são orações pedindo sua vinda e sua graça. As segundas leituras são textos de São Paulo ou das demais cartas apostólicas, que exortam a viver em espera da vinda do Senhor.
A cor dos parâmentos do altar e as vestes do sacerdote é o roxo, igual à da Quaresma, que simboliza austeridade e penitencia. São quatro os temas que se apresentam durante o Advento:

I Domingo

A vigilância na espera da vinda do Senhor. Durante esta primeira semana as leituras bíblicas e a prédica são um convite com as palavras do Evangelho: “Velem e estejam preparados, pois não sabem quando chegará o momento”. É importante que, como uma família, tenhamos um propósito que nos permita avançar no caminho ao Natal; por exemplo, revisando nossas relações familiares. Como resultado deveremos buscar o perdão de quem ofendemos e dá-lo a quem nos tem ofendido para começar o Advento vivendo em um ambiente de harmonia e amor familiar. Desde então, isto deverá ser extensivo também aos demais grupos de pessoas com as quais nos relacionamos diariamente, como o colégio, o trabalho, os vizinhos, etc. Esta semana, em família da mesma forma que em cada comunidade paroquial, acenderemos a primeira vela da Coroa do Advento, de cor roxa, como sinal de vigilância e desejo de conversão.

II Domingo

A conversão, nota predominante da predica de João Batista. Durante a segunda semana, a liturgia nos convida a refletir com a exortação do profeta João Batista: “Preparem o caminho, Jesus chega”. Qual poderia ser a melhor maneira de preparar esse caminho que busca a reconciliação com Deus? Na semana anterior nos reconciliamos com as pessoas que nos rodeiam; como seguinte passo, a Igreja nos convida a acudir ao Sacramento da Reconciliação (Confissão) que nos devolve a amizade com Deus que havíamos perdido pelo pecado. Acenderemos a segunda vela roxa da Coroa do Advento, como sinal do processo de conversão que estamos vivendo.
Durante esta semana poderíamos buscar nas diferentes igrejas mais próximas, os horários de confissões disponíveis, para quando cheguar o Natal, estejamos bem preparados interiormente, unindo-nos a Jesus e aos irmãos na Eucaristia.

III Domingo

O testemunho, que Maria, a Mãe do Senhor, vive, servindo e ajudando ao próximo. Na sexta-feira anterior a esse Domingo é a Festa da Virgem de Guadalupe, e precisamente a liturgia do Advento nos convida a recordar a figura de Maria, que se prepara para ser a Mãe de Jesus e que além disso está disposta a ajudar e a servir a todos os que necessitam. O evangelho nos relata a visita da Virgem à sua prima Isabel e nos convida a repetir como ela: “quem sou eu para que a mãe do meu Senhor venha a visitar-me?
Sabemos que Maria está sempre acompanhando os seus filhos na Igreja, pelo que nos dispomos a viver esta terceira semana do Advento, meditando sobre o papel que a Virgem Maria desempenhou. Propomos que fomentar a devoção à Maria, rezando o Terço em família. Acendemos como sinal de esperança gozosa a terceira vela, de cor rosa, da Coroa do Advento.

IV Domingo

O anúncio do nascimento de Jesus feito a José e a Maria. As leituras bíblicas e a prédica, dirigem seu olhar à disposição da Virgem Maria, diante do anúncio do nascimento do Filho dela e nos convidam a “aprender de Maria e aceitar a Cristo que é a Luz do Mundo”. Como já está tão próximo o Natal, nos reconciliamos com Deus e com nossos irmãos; agora nos resta somente esperar a grande festa. Como família devemos viver a harmonia, a fraternidade e a alegria que esta próxima celebração representa. Todos os preparativos para a festa deverão viver-se neste ambiente, com o firme propósito de aceitar a Jesus nos corações, as famílias e as comunidades. Acenderemos a quarta vela da Coroa do Advento, de cor roxa.



Celebrando o Tempo do Advento



Celebrando o Tempo do Advento

A palavra Advento vem do latim “adventus” que significa chegada, vinda. É o tempo de preparação para a solenidade do nascimento de Jesus Cristo, que se iniciou no dia 30 de novembro e termina em 24 de dezembro. Esse tempo litúrgico forma o Ciclo do Natal, que se encerra com a festa do Batismo de Jesus.A duração do Advento é de quatro semanas e se compõe de duas partes: do primeiro Domingo do Advento até o dia 16 de dezembro, destaca-se a parte escatológica, a vinda do Senhor no final dos tempos. Do dia 17 a 24 de dezembro, prepara-se a vinda de Jesus na história da vida e do mundo, que é seu Natal.Nas celebrações, a cor litúrgica é roxa, lembrando o convite de João Batista, que pede conversão, mudanças profundas na nossa vida: ”Preparem o caminho do Senhor, endireitem suas estradas.” (Lucas 3,4-6) As leituras bíblicas deste tempo apresentam a figura de Isaías, João Batista e Maria que são os modelos para nos preparar a vinda do Senhor.Dentro da teologia e espiritualidade do Advento, os textos bíblicos falam da dupla vinda de Cristo: a primeira, no Natal, e a segunda, na Parusia, o fim dos tempos. A vinda de Cristo é esperada pela Igreja com oração e vigilância: “Vem, Senhor Jesus”, como São Paulo nos fala. A espera de Cristo é uma das promessas messiânicas já cumprida parcialmente. Nossos pais na fé esperaram e não alcançaram, mas ouviram por Isaias que um tempo novo de esperança e de paz chegaria. Todo o Antigo Testamento está voltado, pelo anúncio dos profetas, para o mistério do Cristo que virá. Para nós hoje é viver na Igreja toda esta centralidade de Cristo na história da salvação, celebrando o grande mistério: vem a nós o esperado das nações, o anunciado pelos profetas, o revelado por seu Pai.Nessa caminhada do Advento, além de Isaías e João Batista, a Liturgia apresenta outra figura importante: Maria. O evangelho de Lucas narra a anunciação, quando Maria diz sim ao convite de Deus e aceita ser mãe de Jesus que se encarna em seu seio e passa a “habitar entre nós”. Maria é celebrada no dia 8 de dezembro, na festa de sua imaculada conceição. A Virgem Imaculada diz sim e vive o seu silencio na escuta do próprio Deus que chega. Do dia 17 a 24 de dezembro, a Liturgia nos marca bem a figura de Maria, a “cheia de graça”, a “bendita entre todas as mulheres” , a “nova Eva”.Após o pecado de Adão e Eva, Deus mostra para Eva uma nova mulher, uma segunda Eva, que dará à luz um filho. Ele é o “filho das promessas”, o novo Adão, Jesus Cristo, que reerguerá a humanidade decaída por causa da desobediência dos primeiros pais. Maria é presença exemplar no Tempo do Advento, na palavra e na oração, aquela que transformou a espera em presença viva do próprio Cristo. O Advento é tempo de oração da Igreja, que ora e suplica para que Cristo seja conhecido entre todos os povos, seja sinal de esperança e sinal de salvação para todos num mundo marcado por guerras, violências, divisões, incredulidades, soberba, auto-suficiência. O Advento é um tempo de espiritualidade que deve nos comprometer na tarefa pela construção de “novos céus e novas terras”. A Igreja nos exorta a vivermos em vigília e oração, para que esse tempo da graça seja proveitoso para nós, realizando-se o que reza a Liturgia: “Ó céus, que chova sobre nós, que suas nuvens derramem a justiça. Abra-se a terra e brote para nós a salvação.”


Padre José Cipriano Ramos Filho é pároco da Paróquia São José, em Santa Bárbara D’Oeste